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RESSOCIALIZAÇÃO

Trabalho prisional impulsiona ressocialização de 200 apenados em Ijuí

Com parcerias empresariais, a Penitenciária Modulada de Ijuí oferece oportunidades de reintegração social e remição de pena
Trabalho prisional impulsiona ressocialização de 200 apenados em Ijuí
Fotos: Reprodução/Fotos: João Pedro Rodrigues/Ascom SSPS

Cerca de 200 apenados da Penitenciária Modulada Estadual de Ijuí (PMEI) estão apostando no trabalho como uma forma de ressocialização e reintegração à sociedade. A unidade prisional, referência na região, oferece uma série de atividades laborais que não apenas ocupam o tempo dos detentos, mas também proporcionam a eles uma nova perspectiva de vida:

“A importância do trabalho está ligada à dignidade. Vou sair daqui de cabeça erguida, de volta para a sociedade, e aproveitar a oportunidade que nos deram”, afirma Artur*, um dos detentos que atuam na marcenaria.

O trabalho prisional é um dos pilares do tratamento penal e está previsto na Lei de Execução Penal (LEP). Ele integra um conjunto de iniciativas voltadas à ressocialização dos apenados e à prevenção do crime, além de ser uma forma de promover o retorno à vida em sociedade. Darlen Bugs, diretora da PMEI, destaca a relevância desse projeto:

“O trabalho prisional é um dispositivo de reinserção social e contribui muito para que essas pessoas possam ter uma nova vida pós-prisão. É algo que sempre vamos fomentar e buscar cada vez mais”, destaca.

As atividades laborais realizadas na PMEI incluem a produção de bolas de futebol, costura de sacos e aventais descartáveis, confecção de interruptores elétricos, marcenaria e padaria. Além disso, há funções internas, como limpeza e manutenção, realizadas por detentos que não recebem remuneração. Para os que participam das atividades remuneradas, a Lei de Execução Penal garante o direito à remição de pena, reduzindo um dia para cada três trabalhados.

Artur, que está preso há quatro anos, relata que o trabalho na marcenaria foi uma oportunidade de recomeçar:

“Estou aqui pagando pelo erro que cometi, mas o trabalho me dá uma chance de ajudar minha família e me manter longe do crime. Quando eu sair, quero que meus filhos sintam orgulho de mim”, conta. Além do trabalho, ele também retomou os estudos e atualmente cursa Logística no ensino superior, outra ferramenta importante para a ressocialização.

A PMEI mantém parcerias com empresas para remunerar os detentos que trabalham. Atualmente, cerca de 80 apenados recebem salário, com valores que variam de 75% a 120% do salário mínimo, dependendo das metas de produção:

“O trabalho é mais que uma oportunidade de desenvolver habilidades, é uma forma de resgatar a autoestima”, ressalta Luiz Henrique Viana, secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo.

O uso da mão de obra prisional tem se expandido no Rio Grande do Sul, com o objetivo de incluir socialmente os apenados e promover sua reintegração à sociedade. Hoje, mais de 12 mil detentos trabalham no estado, sendo 4.101 remunerados, demonstrando que o trabalho prisional pode ser um caminho eficaz para romper o ciclo da criminalidade.

*Nome fictício para preservar a identidade do apenado.

Imagens do trabalho desenvolvido por apenados em Ijuí

 

 

Tags: Policial Penal, ressocialização