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Transferência de funcionários agrava crise no Hospital São Pedro

Foto:  Divulgação
Foto: Divulgação

Dados
fornecidos pela Secretaria Estadual de Saúde ao Sindicato Médico do Rio Grande
do Sul apontam que mais de cem funcionários do Hospital Psiquiátrico São Pedro na Capital foram
transferidos para  os chamados Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) em Porto Alegre e  Viamão região metropolitana. Os servidores também tiveram suas cargas horárias direcionadas
para o atendimento nestes locais. Essas casas abrigam pacientes do São Pedro e funcionam
como um lar para pessoas que não tem família. Algumas delas foram abandonadas no hospital psiquiátrico e estão deixando o hospital, mas ainda precisam de atendimento especializado.

A medida
tomada pelo governo do Estado, segundo o Simers, agravou a crise e a falta de pessoal na
instituição que foi inaugurada há mais de um século. Há falta de técnicos de enfermagem fisioterapeutas, psicólogos
e assistentes sociais, o que levou, na visão da entidade, ao fechamento de uma
das alas mais importantes do hospital psiquiátrico, focada no o atendimento a dependentes de drogas.

Desde
março, o sindicato solicitou ao governo estadual a lista completa do quadro
funcional do São Pedro, incluindo os remanejamentos
.

O Hospital São Pedro que  é referência para 88 municípios no Rio Grande do Sul, atendente a
maior parte de cidades do interior em que não há profissionais para suprir a
demanda de tratamento . Em março de 2020, a instituição fechou duas unidades; a de dependentes químicos
com 25 leitos e de tratamento de crianças e adolescentes, com 25 vagas. Após a
pressão de entidades médicas, os leitos para crianças e adolescentes foram reabertos,
no entanto, a ala para pessoas que possuem problemas com drogas ainda está
fechada.

O médico psiquiatra e integrante do Núcleo de Psiquiatria do Simers, Rogério
Cardoso crítica a medida adotada pelo Piratini de transferir funcionários para
os residenciais terapêuticos e identifica que esse ato é a principal causa para
o Estado não reabrir os leitos para dependentes químicos

“Então
essa resposta da Secretaria estadual da Saúde de que não tem como atender uma
unidade de dependentes químicos dentro do São Pedro não está ocorrendo porque não
tem funcionários, mas porque estão sendo inadequadamente transferidos, desviados,
lotados neste residenciais”

 No entendimento
dos médicos do sindicato, o Estado deve encontrar uma forma de atender aos
pacientes que vão para os residenciais, sem esvaziar o Hospital São Pedro. Em média
600 pessoas com dependência química deixaram de ser atendidas em dois anos. A
partir dessas informações, o Simers o solicitou a antecipação da audiência com
Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos de Porto Alegre para esta
quinta-feira
. Segundo o sindicato, o fechamento dos leitos para pacientes
em tratamento contra os entorpecentes é ilegal, tendo em vista que o próprio MP-RS
já havia ingressado com uma ação e a justiça determinado a reabertura das vagas.