Com a chegada de um novo período de safra, o produtor começa
a se planejar para buscar a mais alta produtividade de sua lavoura. E é na
escolha certa da semente que se inicia o processo. Para isso, é fundamental que
na hora da escolha da semente a ser utilizada, que esta seja certificada,
seguindo os padrões preconizados conforme as regras estabelecidas pelo
Ministério da Agricultura.
Segundo o gerente de Certificação da Fundação Pró-Sementes,
Jonas Farias Pinto, a certificação de sementes nada mais é do que um
acompanhamento de todo o processo de produção de sementes. Ou seja, desde a
instalação dos campos de sementes junto ao Ministério da Agricultura,
informando qual é o material e onde esse material está semeado. “Fazemos,
além do processo documental, a rastreabilidade da origem desse produto. Então,
a certificação nada mais é do que o acompanhamento de todo o processo até o
final, ou seja, a emissão dos documentos da semente, para que então esta
semente chegue ao agricultor para ser utilizado na próxima safra”,
destaca.
O especialista explica que quando essa semente chega ao
agricultor, ela é munida de nota fiscal. “Se tem nota fiscal, a lei
ampara. Você tem um período para reclamar se por acaso a semente comprada não é
aquela que o vendedor lhe vendeu. Dentro da embalagem de sementes tem
tecnologia embarcada e pureza, seja genética e física, ou seja, garantia que
dentro do saco que se está comprando não terá sementes de plantas contaminantes
que irão contaminar as lavouras”, observa.
O supervisor de Certificação da Fundação Pró-Sementes, Igor
Lindemann, lembra também que o último ano foi complicado na questão de produção
e de qualidade de sementes de soja, e que a semente certificada tem que atender
a padrões técnicos e legais estabelecidos por legislação. “O usuário que
compra de um produtor final que opta por uma semente certificada, vai ter mais
segurança. Às vezes, ao adquirir uma semente ilegal, uma semente pirata como se
diz, o usuário não terá a quem recorrer caso a semente não germine. Aquilo que
aparentemente é mais barato é um grão, vai semear e não vai germinar. O barato
vai sair muito caro”, ressalta.
Lindemann reforça que os produtores que optam por ter uma
certificação assumem um compromisso diferente com o setor produtivo como um
todo. “Eles se expõem, mostrando a cara e entregando a semente para o
produtor final. Então, isso é muito importante. Quando se fala em semente
pirata, além de não ter qualidade, quem compra não terá a quem recorrer; e o
setor como um todo não anda, porque por de trás de toda semente certificada
também tem a pesquisa e a pureza genética varietal da cultivar do
material”, frisa.
Entre as indicações dos especialistas está a busca por um
bom parceiro, um produtor de semente, uma revenda ou uma cooperativa que esteja
credenciada para produzir e comercializar sementes. Este fornecerá nota fiscal,
certificado de semente dizendo qual o lote que está recebendo, qual a
qualidade, quem é o produtor, quem é o responsável técnico e todos outros
detalhes da semente. “É isso que o produtor tem que buscar para que a roda
comece a girar. Ou seja, ele adquirindo uma semente, isso automaticamente
retorna para a pesquisa. Por isso que nós estamos aí com cultivares de soja
hoje produzindo mais de 100 sacas. Dez anos atrás se chegava no máximo a 60
sacas e já era uma super produção. Tudo isso é fruto de muito investimento em
pesquisa”, ressalta Jonas.
A Fundação Pró-Sementes é pioneira na certificação de
sementes no Brasil. Com atuação em nível nacional, a instituição certifica mais
de 80 espécies, desde as grandes culturas, como soja, trigo e milho, até
culturas como cebola, batata, gergelim, grão de bico, entre outras. A Fundação
atende desde os pequenos produtores até grandes grupos, realizando pesquisa e
dando o suporte técnico para os clientes.
Texto: Nestor Tipa
Júnior / AgroEffective