A Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital de Caridade de Canguçu (HCC) não realiza novas admissões desde a última sexta-feira. E no prazo de 48 horas deve operar apenas gerenciando a situação dos pacientes já internados, entre altas e transferências. Após esta data – próxima quinta-feira -, sem o repasse de verbas do governo do Estado, a UTI deve fechar definitivamente as portas.
A suspensão das atividades ocorre em função da dificuldade de manutenção do serviço. Há, por exemplo, atrasos de oito meses nos salários dos médicos. Uma audiência realizada entre o hospital, o prefeito de Canguçu, Gerson Nunes, e a coordenadora da 3ª CRS, Kátia Hoffmann, discutiu a possibilidade de o município injetar mais recursos na instituição, o que não se concretizou. Uma verba no valor de R$ 400 mil, referente a incentivos do governo estadual, também é aguardada, porém sem previsão de depósito. Sem qualquer mudança neste cenário até o final da semana, a unidade encerrará as atividades.
Apesar de confirmada pelo diretor administrativo do HCC, Régis Silva, o fechamento da UTI ainda não foi informado oficialmente (por escrito) à 3ª Coordenadoria Regional de Saúde. Kátia Hoffmann afirma, no entanto, estar ciente da possibilidade concreta de cancelamento do serviço e explica que frente a este quadro, os pacientes serão referenciados para outras unidades. Como a UTI é estadual e os leitos são regulados, os internados serão transferidos conforme a disponibilidade de vagas, considerando todos hospitais gaúchos.
Quanto à situação do HCC como um todo, que tem um endividamento total de R$ 14 milhões, a coordenadora afirma estar buscando recursos e discutindo possibilidades de renegociação junto aos gestores do hospital.