A Suprema Corte da Argentina rejeitou um recurso da ex-presidente Cristina Kirchner e manteve sua condenação por corrupção. Agora, ela tem até cinco dias para se apresentar voluntariamente às autoridades. Já se passaram dois dias desde a decisão, restando três para o prazo final.
A ex-presidente foi condenada a seis anos de prisão e, além disso, está proibida de exercer cargos públicos pelo resto da vida. Cristina governou a Argentina entre 2007 e 2015 e foi vice-presidente entre 2019 e 2023, durante o mandato de Alberto Fernández.
Ministério Público queria prisão imediata
Após a decisão da Suprema Corte, o Ministério Público argentino chegou a pedir que Cristina fosse presa de forma imediata, alegando risco de fuga. No entanto, o pedido foi negado. A Justiça optou por respeitar o prazo de cinco dias para que ela se entregue por conta própria.
Como tem mais de 70 anos, Cristina pode cumprir a pena em regime domiciliar. Os advogados da ex-presidente já entraram com o pedido, mas até o momento os juízes não se manifestaram sobre essa possibilidade.
Discurso com críticas e apelo político
Logo após a decisão da Corte, Cristina Kirchner falou a apoiadores que se reuniram em frente ao prédio onde ela estava. Em um discurso inflamado, afirmou ser vítima de perseguição política e chamou os juízes responsáveis pela condenação de “fantoches”.
Cristina afirmou que a Argentina onde vive hoje não cansa de surpreender e ainda acrescentou que podem prendê-la, mas isso não vai mudar a realidade das pessoas.
A ex-presidente ainda aproveitou o momento para criticar o atual governo de Javier Milei. Segundo ela, há um desmonte em áreas essenciais como economia e educação. Cristina também afirmou que sua prisão não resolverá os problemas da população.
Condenação e inelegibilidade
Cristina Kirchner foi condenada em um processo que já passou por duas instâncias. Ela aguardava em liberdade a decisão da Suprema Corte, que agora confirma a pena e torna a condenação definitiva.
Na semana passada, antes da decisão final, Cristina chegou a anunciar que pretendia disputar as eleições legislativas de setembro. Com a condenação confirmada, ela está inelegível.
Desde o anúncio da sentença, seus apoiadores têm organizado manifestações e bloqueios de estradas, principalmente nos acessos à capital Buenos Aires, como forma de protesto.