Pelo quinto mês seguido, os produtores rurais do Rio Grande do Sul convivem com uma realidade preocupante: aumento nos custos e queda nos preços recebidos. Os dados constam em um relatório divulgado nesta segunda-feira (2) pela equipe econômica da Farsul, referente ao mês de abril.
O Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR) teve deflação de 2,21% em comparação a março. Um dos fatores que puxaram a baixa foi a entrada da nova safra de arroz, estimada em 14% superior à anterior, de acordo com o IBGE.
No acumulado de 2024, a deflação chega a 6,04%. Já no comparativo de 12 meses, a alta é tímida: apenas 0,65%. Enquanto isso, o IPCA Alimentos subiu 7,81% no mesmo período.
Segundo a análise, essa diferença mostra que a inflação percebida pelo consumidor é impulsionada por outros elos da cadeia, e não apenas pelo valor pago ao produtor.
Custos aumentam, mesmo com diesel mais barato
Enquanto os preços recebidos caíram, o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) subiu 0,55% em abril. Mesmo com o recuo no preço do diesel, o custo do frete não compensou outras altas.
O relatório aponta que o dólar mais alto encareceu os fertilizantes. Além disso, o crédito de capital de giro ficou mais caro com o aumento da taxa Selic. Esses fatores acabaram pressionando os custos no campo. No acumulado dos últimos 12 meses, o IICP teve alta de 5,30%.