Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) está estudando o uso de robôs para ajudar idosos dentro de casa. A proposta é facilitar tarefas simples do dia a dia, como pegar objetos do chão ou organizar o ambiente, com foco em quem tem mobilidade reduzida.
O estudo foi desenvolvido pela mestranda Letícia dos Santos, no Programa de Pós-graduação em Computação da UFRGS. Parte da pesquisa foi realizada na Noruega, na Universidade de Oslo, com o grupo ROBIN, que desenvolve tecnologias voltadas ao público idoso.
Tecnologia que reconhece o ambiente
Durante os testes, Letícia utilizou o robô TIAGo-135. Ele tem um braço mecânico, rodas para se locomover e sensores que permitem ver e entender o ambiente.
O sistema funciona com uma técnica chamada SLAM, que permite ao robô mapear a casa e se localizar ao mesmo tempo, sem a necessidade de marcadores ou adesivos. Isso significa que ele aprende a se mover e agir como se estivesse em qualquer lar comum.
Em um dos testes, o robô conseguiu pegar um copo caído no chão e colocá-lo em cima da mesa. Parece simples, mas a tarefa exige navegação precisa, reconhecimento de objetos e controle de movimento. O desempenho alcançou 93% de acerto.
Ajuda prática no envelhecimento
Letícia destaca que o maior avanço foi integrar visão, locomoção e manipulação em um único sistema autônomo. Houve falhas, como colisões leves e dificuldade para identificar objetos pequenos, mas o resultado é promissor.
Com o envelhecimento da população brasileira, soluções como essa ganham relevância. O projeto mostra que a robótica assistiva está mais próxima de ser aplicada no dia a dia, oferecendo mais independência a idosos e pessoas com dificuldades de locomoção.