O Centro Humanitário de Acolhimento (CHA) Vida, em Porto Alegre, foi oficialmente fechado nesta sexta-feira (30). O espaço era o último grande abrigo estadual ainda em funcionamento para vítimas da enchente de maio de 2024. A desmontagem da estrutura deve ser concluída até a próxima semana.
Localizado na zona norte da capital gaúcha, o abrigo ocupava uma área de 9 mil metros quadrados. As cerca de cem famílias que ainda viviam no local foram transferidas no fim de maio para moradias temporárias no bairro Sarandi. As novas unidades são casas modulares de 27 metros quadrados.
Na mesma data, também foi encerrada a Casa Violeta — espaço criado para acolher mulheres vítimas de violência e seus filhos. Ao todo, o local atendeu 135 pessoas desde sua abertura.
Nova etapa na resposta à tragédia
Para o vice-governador Gabriel Souza (MDB), o fim das atividades nos abrigos marca o início de uma nova fase no enfrentamento da crise humanitária.
“Esses centros foram um exemplo de acolhimento qualificado e digno. Não podemos devolver o lar de quem perdeu tudo, mas podemos devolver oportunidades e um novo olhar para o futuro”, declarou.
Parceria internacional e estrutura completa
O CHA Vida foi o terceiro centro humanitário montado pelo governo estadual, em parceria com a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Os outros dois abrigos funcionaram em Canoas e foram desativados entre dezembro de 2024 e maio deste ano.
Juntas, as três estruturas receberam 1.184 pessoas. O pico de ocupação foi de cerca de 800 pessoas ao mesmo tempo. O CHA Vida tinha capacidade para abrigar até 850 pessoas, mas nunca chegou à lotação máxima.
Criados para substituir abrigos improvisados em ginásios e escolas, os CHAs ofereciam uma estrutura completa, com refeitório, lavanderia, espaço infantil, banheiros com chuveiros e atendimento psicossocial, jurídico e de saúde.
No auge da calamidade, mais de 14 mil pessoas estavam abrigadas em estruturas emergenciais em todo o Rio Grande do Sul.