Search
[adsforwp-group id="156022"]

Viúva de Eliseu Santos confirma que autores do crime chamaram pelo nome dele antes de efetuar disparos

Foto: Airton Lemos/ Acústica FM
Foto: Airton Lemos/ Acústica FM

Em um  dos depoimentos mais aguardados do julgamento do terceiro réu do caso Eliseu, Denise Goulart da Silva, viúva do político, trouxe em detalhes, na condição de informante, as lembranças do dia em que o marido foi morto a tiros na zona Norte de Porto Alegre. 


Denise relatou que ela, o marido e a filha, então com sete anos, estavam em um culto na noite do crime, em 26 de fevereiro de 2010. Na data, eles acompanhavam o batizado da irmã dela. Quando saíram do local, na Rua Hoffmann, no bairro Floresta, Eliseu abriu a porta do carro para a filha e para a esposa entrarem e, depois, fez a volta para entrar no veículo. Logo em seguida, um carro prata chegou ao local onde eles estavam.


“Vi que estava vindo um carro prata, e vi dois homens jovens descendo. Eu estava dizendo para minha filha colocar o cinto, virada para ela. Quando ele  foi abrir a porta, chamaram ele: “Eliseu”. E ele já sacou a pistola. Eu vi tudo, parecia em câmera lenta” — relembrou a esposa.


A viúva contou que a filha até hoje tenta superar os traumas vividos no dia do assassinato de Eliseu. De acordo com Denise, ela fez terapia durante um período.

“É difícil até hoje porque ela não consegue falar a palavra pai. Ela fala muito pouco, fez terapia, mas não consegue falar. Ela só fala “ele”, “quando aconteceu aquilo”. Ela não consegue falar.” – disse a mulher.


Denise afirmou ainda que a filha ouviu os disparos, mas que ela começou a gritar e não escutou os tiros. Ela relatou que Eliseu foi atingido e uma marca de sangue ficou no vidro do veículo.


Durante o depoimento, os promotores mencionaram uma entrevista à TV Record em que Eliseu relatou ter sido ameaçado. Denise disse que chegou a questionar o marido sobre. Ela  afirmou que Eliseu não falou sobre o assunto e que dizia estar resolvendo. Contou ainda  que ficou sabendo após o  crime, que Eliseu descobriu um esquema de corrupção na Secretaria da Saúde.


Quem está sendo julgado hoje

Robinson Teixeira dos Santos é o terceiro réu a ser julgado pela execução do médico e político, após o Ministério Público (MP) apontar que Eliseu Santos foi morto por encomenda. A motivação, segundo a acusação, seria uma denúncia contra suposto esquema de corrupção envolvendo a empresa responsável pela vigilância em postos de saúde da capital. Ao todo, 12 pessoas foram acusadas de envolvimento no assassinato.


O caso


O crime ocorreu na noite de 26/02/10, na Rua Hoffmann, bairro Floresta, em Porto Alegre, quando Eliseu Santos, então Secretário da Saúde de Porto Alegre, foi atingido em via pública por dois disparos fatais de arma de fogo. Na ocasião, ele estava acompanhado da mulher e da filha na saída de um culto religioso e foi atingido por uma pistola por suspeitos que se aproximaram em um Vectra.


Além do júri desta quinta-feira, há outros três previstos para serem realizados até dezembro deste ano, nos quais serão julgados mais seis réus. Ainda há dois acusados.


Em 19 de outubro, deve ser julgado Jorge Renato Hordoff de Mello, dono da empresa Reação, que prestava serviço de segurança à Secretaria de Saúde de Porto Alegre, na época em que Eliseu era titular da pasta e acusado de ser um dos mandantes do crime. 


Em 23 de novembro, devem ser julgados Jonatas Pompeu Gomes e Marcelo Machado Pio. Para 12 de dezembro, está agendado o júri de Cássio Medeiros de Abreu, Marco Antonio de Souza Bernardes e José Carlos Elmer Brack. Todos os réus negam que tenham envolvimento no crime