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Camaquã está entre os municípios do Estado com mais casos de HIV/Aids

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Camaquã é o 31º colocado em um ranking dos municípios do Estado em casos de HIV/Aids em relação ao número de habitantes. O relatório analisa as 55 cidades prioritárias para o governo Federal, que leva em conta critérios específicos, além das taxas de detecção do vírus. O ranking é liderado pela Charqueadas, seguido por Tramandaí e Porto Alegre. O relatório completo deve ser publicado pela Secretaria de Saúde ainda no mês de dezembro.

Segundo o documento, Camaquã teve diminuição no número de casos em 2016, no entanto, os números ainda são superiores a média nacional. Para Sandra Ferrão, enfermeira do Hospital Nossa Senhora Aparecida – HNSA, o município acompanha as estatísticas mundiais. “Infelizmente as pessoas não estão se cuidando”, lamenta a profissional, destacando a importância das campanhas de prevenção e o diálogo sobre o tema.

O município de Camaquã possui mais de 65 mil habitantes e através de um cálculo feito pelo Ministério da Saúde, a média de pacientes infectados seria de cerca de 600 pessoas, no entanto, a Secretaria Municipal de Saúde de Camaquã possui 304 pacientes cadastrados, destes 262 fazem uso de remédios antirretrovirais. De acordo com a enfermeira, muitos pacientes optam em fazer o cadastro em cidades como Pelotas e Porto Alegre, dessa forma, o município não tem acesso a esses números. “O número estimado pelo Ministério da Saúde deve estar próximo da realidade”, lamenta.

O relatório aponta que o Estado conseguiu reduzir o número de casos em 2016 em relação ao ano anterior. No entanto, a taxa de detecção de HIV/Aids representa quase o dobro da taxa do Brasil. Do total de casos de casos, 59,3% correspondem ao sexo masculino. A maior concentração de casos está em indivíduos de 30 a 34 anos (17,7%), seguida da faixa etária 35 aos 39 anos (15,9%). No entanto, houve um aumento nas faixas de 19 a 25 anos e entre pessoas com 50 anos ou mais, indicando a necessidade de estratégias e políticas públicas diferentes e específicas para cada faixa etária.

O documento revela ainda que o número de casos se concentra em pessoas com escolaridade entre 5º e 8º série incompleta (32,1%), seguido por pessoas com menos de 5º série (20,1%). Pessoas com ensino fundamental completo representam o terceiro maior grupo de infectados (15,1%). Já a proporção de casos entre indivíduos com 12 anos ou mais de estudo representa 9,2% dos casos. De acordo com o relatório, esta tendência acompanha a distribuição de casos que se apresenta no cenário nacional e reforça o aspecto da baixa escolaridade como característica importante na epidemia.

No município, todos os postos de saúde distribuem preservativos, masculinos e femininos, gratuitamente e sem ser preciso se identificar. Além disso, todos os postos de saúde oferecem testes rápidos, que ficam prontos em 30 minutos, não sendo necessário requerimento médico. “A doença apresenta melhor resposta aos antirretrovirais se o vírus for detectado cedo, sendo imprescindível a realização do teste”, destaca Sandra Ferrão.