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Rússia diz que queda de avião no Egito foi atentado

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A queda de um Airbus da companhia russa Metrojet no Sinai egípcio em 31 de outubro, que matou as 224 pessoas a bordo, foi um atentado, afirmou o presidente russo Vladimir Putin. “Durante o voo foi ativado um artefato explosivo de fabricação caseira com potência equivalente a um quilo de TNT”, indicou um comunicado divulgado pelo Kremlin nesta terça. “Em consequência, o avião se desintegrou no ar, o que explica porque havia partes da fuselagem em um raio muito amplo”.

O atentado, que matou as 224 pessoas a bordo da aeronave, foi reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI). Até agora, a Rússia questionava a tese de atentado, defendida por Estados Unidos e Reino Unido. Apesar das dúvidas, no entanto, Moscou já havia decidido suspender os voos para o Egito.

Ao mesmo tempo, o presidente Vladimir Putin prometeu encontrar os culpados. “Não vamos secar nossa lágrimas. Isto nos marcará para sempre. Mas isto não nos impedirá de encontrar e castigar os criminosos”, disse Putin. “Temos que fazer isto rápido, identificá-los. Vamos encontrá-los em qualquer lugar do planeta e os castigaremos”, afirmou. “A ação militar de nossa aviação na Síria não deve apenas continuar, como deve ser intensificada para que os criminosos percebam que a punição é inevitável”. Moscou prometeu 50 milhões de dólares de recompensa para quem proporcionar informações sobre os “terroristas” que provocaram a queda do avião.

O acidente do Airbus A321 da companhia russa Metrojet, que viajava de Sharm el-Sheikh, balneário turístico da península egípcia do Sinai, para São Petersburgo, é a maior catástrofe aérea da história do país e o mais grave atentado contra russos nos últimos 10 anos. O anúncio do Kremlin acontece quatro dias depois dos atentados de Paris, também reivindicados pelo EI, que deixaram 129 mortos e mais de 350 feridos.

Financiamento do EI

Nessa segunda, Putin disse que pelo menos 40 países financiam o grupo autointitulado Estado Islâmico, entre eles alguns membros do G20. O chefe de governo russo afirmou ainda que durante a reunião de Cúpula do G20, na Turquia, deu vários exemplos sobre “o financiamento a várias unidades do Estado Islâmico por pessoas identificáveis”.

Segundo Putin, na reunião foi abordada a necessidade de se cumprir a resolução sobre prevenção ao financiamento do terrorismo adotada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, por iniciativa da Rússia. Putin disse que apresentou imagens captadas por aviões espiões em que se “mostra claramente a magnitude que atinge o tráfico ilegal de petróleo” por parte do Estado Islâmico. “As imagens mostram as colunas de caminhões tanques que se estendem por dezenas de quilômetros”, afirmou referindo-se ao tráfico de petróleo bruto que financia o califado.

O presidente russo disse que depois de terem negado cooperação à Rússia na luta contra o extremismo na Síria, todos os países, incluindo os Estados Unidos, estão agora tomando consciência de que o terrorismo só pode ser combatido com o envolvimento de todos os países. “Os trágicos acontecimentos” ocorridos em Paris “confirmam que temos razão” ao propor uma coligação antiterrorista internacional, acrescentou.

Putin pediu para que se deixe de discutir a eficácia da operação aérea russa contra as posições do Estado Islâmico na Síria e reunir esforços contra o terrorismo para prevenir os atentados em todo o mundo. “Lamentavelmente, ninguém está a salvo dos atentados terroristas. Por exemplo, a França estava entre os países que mantinham uma postura muito firme contra o presidente, Bashar al Assad”, afirmou. Isso salvou Paris dos ataques terroristas? Não”, acrescentou. “Parte da oposição armada síria considera possível iniciar ações armadas contra o Estado Islâmico caso sejam apoiados pela Força Aérea e nós estamos dispostos a prestar-lhes apoio”, disse.