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Colheita do tabaco avança sem acordo de preço

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A colheita do tabaco iniciou no Rio Grande do Sul sem que os produtores saibam quanto receberão pela matéria-prima. Duas rodadas de negociação – em novembro e dezembro – foram realizadas, mas não houve acordo em relação ao reajuste. A comissão dos fumicultores, formada pelas federações da Agricultura do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) e Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), exige valorização de 17,7%. As propostas apresentadas pela indústria, por outro lado, atingem, no máximo, 12%.

De acordo com o presidente da Afubra, Benício Albano Werner, as negociações serão retomadas em janeiro. “Esperamos que a indústria perceba que temos uma defasagem na tabela devido ao aumento dos custos de produção, que foi superior a 12%”, destaca. As reuniões com as seis compradoras – JTI, Philip Morris, China Brasil Tabacos, Universal Leaf, Alliance One e Souza Cruz – são realizadas separadamente. Apenas duas delas, a Souza Cruz e a Philip Morris, formalizaram suas intenções de aumento, respectivamente, de 9% e 12%. A primeira, inclusive, já iniciou o recebimento do produto pagando o valor reajustado.

Werner não descartar que a comissão de fumicultores apresente uma contraproposta nos próximos encontros. Mas, enquanto isso, a colheita avança, principalmente, nas lavouras do Vale do Rio Pardo. Nas áreas baixas dessa região, cerca de 75% do processo está finalizado. Nas áreas altas, assim como na região Sul, em municípios como Canguçu e São Lourenço, a média está acima de 40%. A expectativa da Afubra é finalizar 2015 com 60% da colheita finalizada no Rio Grande do Sul, onde foram plantados 139,9 mil hectares. O restante da safra do Estado deve ser fechada até a segunda quinzena de fevereiro.

A produção, entretanto, deve ser menor, sendo estimada em pouco mais de 270 mil toneladas. As lavouras foram afetadas pelo excesso de chuvas e, com isso, a expectativa é de queda na produtividade. A média dos três estados da região Sul deve ficar em 2,2 mil quilos por hectare. De acordo com a Emater, a baixa radiação durante o ciclo da planta colaborou para os resultados negativos. No região Noroeste, há relatos de aparecimento de doenças e morte de plantas em locais onde houve encharcamento. A umidade também ocasiona o apodrecimento de folhas colhidas e armazenadas.

A Afubra não descarta uma retração ainda maior, pois, conforme Werner, além da umidade, o granizo castigou as lavouras em 2015. Também é preciso esperar para ver como o clima se comportará durante o avanço da colheita. Foram registrados 25 mil casos de associados gaúchos com propriedades atingidas, ou seja, 46,5% a mais do que no ano passado. Em todos o Sul do País, com destaque para o Paraná, 36 mil agricultores sofreram com os danos causados pela adversidade climática.