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Estudo aponta que 73% dos condutores de até 20 anos mortos em acidentes estavam irregulares

Foto: PRF/Divulgação
Foto: PRF/Divulgação

Motoristas e motociclistas alcoolizados, sem habilitação ou com a CNH suspensa, cassada ou bloqueada foram mais da metade dos condutores mortos no trânsito do RS no período de 2018 a 2020. Na véspera do seu aniversário de 25 anos, o DetranRS divulga um estudo inédito, que vai permitir melhores diagnósticos e estratégias mais eficientes de combate à acidentalidade, possibilitado por uma ferramenta de BI (business intelligence).

Para o levantamento Quantitativo de Condutores e Motociclistas Irregulares entre os Mortos Decorrentes de Acidente de Trânsito no RS entre 2018 a 2020, o DetranRS analisou 2.043 condutores que morreram em acidentes cruzando informações do Consultas Integradas da Secretaria da Segurança Pública (SSP), cadastro de condutores e sistema de penalidades do RS, além da base de resultados dos testes de alcoolemia nos exames de necropsia do Instituto-Geral de Perícias (IGP).

O estudo observacional transversal constatou que 1.066 (52%) tinham pelo menos uma das situações elencadas como irregulares contra 977 (48%) considerados em situação regular. O percentual de irregulares entre os condutores mortos em acidentes foi exatamente igual para motoristas e motociclistas.

O índice de mulheres irregulares entre as condutoras mortas no trânsito é menor (38%) que entre os homens (53%) e a faixa etária que mais preocupa são os jovens: 73% dos condutores de até 20 anos que morreram no período estavam irregulares. Com relação ao local, dia e hora dos acidentes que mais registraram condutores irregulares mortos, destacam-se as noites e madrugadas dos finais de semana nas vias municipais (veja gráficos).

O diretor-geral do DetranRS Marcelo Soletti ressaltou que o estudo corrobora impressões anteriores, mas que agora se confirmam com dados. “Dirigir sob o efeito de álcool, não ter iniciado ou finalizado o processo de habilitação e estar com CNH bloqueada devido à suspensão ou cassação do direito de dirigir são condutas de risco importantes para a ocorrências de trânsito.”

Educar para mudança

Diza Gonzaga, diretora institucional do DetranRS, ressalta que esse tipo de diagnóstico só vem confirmar o que já sabíamos, deixando ainda mais clara a importância da Educação como caminho na busca da transformação dessa realidade. “Nos países onde já se verificam reduções significativas no número de sinistros e de mortes e feridos no trânsito, a Educação tem sido a principal ferramenta para se obter estes índices. A Engenharia, o Esforço Legal só terão sucesso quando tivermos a população consciente e educada para uma cultura de preservação da Vida, o que já é preconizado no Programa Visão Zero implantado na Suécia e recentemente trazido pelas autoridades de transito da Senatran para o nosso país. O Estado tem que cumprir seu papel, por isso, nossa missão é promover a educação para o trânsito de forma permanente, contribuindo para a construção dessa cultura em defesa da Vida. Entre os trabalhos realizados e frentes de atuação, destaca-se no RS a criação da Escola Pública de Trânsito do DetranRS, que oferta cursos, atividades, encontros e vivências para os mais diversos públicos: ciclistas, pedestres, professores, profissionais da área de trânsito, credenciados, tanto presencialmente quanto na modalidade de ensino online. Mas ainda temos muito por fazer”, destaca Diza Gonzaga.

Business intelligence

Soletti chama a atenção para a ferramenta que permitiu as análises, que vão servir de base para a tomada de decisões estratégicas, dentro do método Visão Zero, trazido da Suécia para o Brasil, que será adotado aqui no Estado também. “O BI ajuda as organizações a analisar um grande volume de dados e cruzar informações de várias fontes, trazendo resultados impossíveis de se obter sem a ajuda da tecnologia.”

O DetranRS prepara a contratação de uma nova ferramenta para disponibilizar as análises para qualquer pessoa interessada, diretamente do site, trazendo maior transparência e abrindo a possibilidade de contribuições da sociedade para a solução dos problemas do trânsito, em especial a acidentalidade.