O Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) de julho apresentou uma alta de 1,25% em comparação ao mês anterior. O levantamento realizado pela Assessoria Econômica do Sistema Farsul aponta que, no acumulado do ano, o índice chegou a 4,60%. Já o Índice de Inflação de Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR), depois de três meses de queda, apresentou um aumento de 4,65% em relação a junho. Em 2015, o valor pago aos produtores teve um reajuste de 3,26%.
A previsão do economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, é de que os custos de produção superem a marca dos dois dígitos neste ano. “Tendo em vista que maio costuma ser um mês de baixa e a partir de junho só aumenta, estar com 4,60% em julho indica que fecharemos 2015 com uma alta bastante expressiva. Nossos custos devem subir bem acima do IPCA”, indica.
Entre os responsáveis pelo aumento estão os fertilizantes, um dos principais itens na composição dos custos. O reajuste para a soja foi de 4%, para o milho, 3%, e para o arroz, 7,4%. Os agroquímicos também apresentam um índice alto de aumento. Os herbicidas para trigo atingiram 12%. “É um aumento bastante significativo. Ele é maior para o trigo porque é justamente a lavoura que está sendo demandada neste momento. Mas, nós tivemos também, para o arroz, um aumento de 9,3% nos inseticidas e 5,1% nos fungicidas. E estamos falando apenas da comparação entre julho e junho”, destaca Luz.
Em relação ao aumento no preço pago ao produtor, o economista aponta a soja como principal destaque. O mês de julho foi marcado por uma forte alta no preço do grão, com 7% de reajuste. O arroz também apresentou uma recuperação nos preços, ajudando no resultado positivo. O acumulado do ano é de 3,63% e nos últimos 12 meses, o aumento é de 6,16%. “Quando nós comparamos com a inflação dos alimentos, aquele praticado no supermercado, vemos uma diferença bastante grande. Enquanto o nosso preço aumentou 6,16%, o dos alimentos chegou a 10, 48%. Assim, mais um vez mostramos que não há uma relação direta entre o aumento dos preços ao consumidor e os pagos ao produtor. A inflação de julho, novamente, comprova este fato”, explica Luz.