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Homem de confiança de Renato, Cícero é um dos quatro titulares do Grêmio contra o Santos

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Na dúvida, chame o Cícero. Espécie de patinho feio aos olhos de boa parcela dos torcedores, o capixaba de 34 anos recém completados segue em alta com Renato e, sem ser um titular absoluto, integra a lista dos jogadores com mais partidas disputadas na temporada. Sua importância cresce ainda mais na escalação emergencial que o técnico manda a campo na partida contra o Santos, hoje, na Vila Belmiro, pelo Brasileirão. Apenas quatro titulares irão atuar.

Poucos jogadores merecem tanto o carimbo de multiuso. Nas 33 vezes em que esteve em campo em 2018, Cícero já foi utilizado em três funções distintas. No início do ano, quando o Sport relutava em liberar André e Jael ainda não desfrutava da atual idolatria da torcida, Renato fez dele falso nove em quatro jogos, alguns deles válidos pela Recopa Sul-Americana e Libertadores. Depois, nas partidas em que ficou sem Luan, o técnico o converteu em armador. Ao todo, foram seis partidas nessa posição. Como o rendimento não foi satisfatório nas duas funções e as críticas chegaram, Cícero providenciou a merecida autodefesa:

— Como todos sabem, minha posição de origem é volante, vindo mais de trás. De frente para o campo, enxergo melhor a jogada. Sempre deixei bem claro isso.

Na posição preferida, Cícero iniciou 14 vezes como titular. Formou dupla sete vezes com Maicon, quatro com Jailson e duas com Arthur. Com Thaciano, ao lado de quem atuará hoje à noite, foi volante na derrota por 2 a 1 para o Atlético-PR. Nesse jogo, marcou de pênalti o gol do Grêmio.

Cícero está longe de ser uma unanimidade junto aos torcedores do Grêmio. Recentes enquetes o apontavam como terceira alternativa como substituto ideal de Arthur, hoje no Barcelona. A lista, encabeçada por Michel, tinha Jailson, hoje no Fenerbahçe-TUR, na segunda posição. Terceiro colocado, o capixaba Cícero era acossado de perto pelo garoto Matheus Henrique.

Mais uma vez, como ocorreu na disputa entre André e Jael, o pensamento emanado das cadeiras da Arena vinha na faixa contrária ao de Renato Portaluppi. Jailson só virou parceiro de Maicon na frente da área no segundo jogo contra o Flamengo, pelas quartas de final da Copa do Brasil. Até então, Cícero era o escolhido do treinador. O que voltou a ocorrer nos 4 a 0 contra o Botafogo, sábado, partida em que teve boa atuação.

A variação de funções compromete o rendimento de Cícero, analisa Batista, comentarista do SporTV, para quem o jogador, por vezes, fica no meio do caminho entre uma posição e outra:

— Em futebol, não se pode fazer bem todas as funções. Por vezes, o volante marca bem, mas não consegue armar. O contrário também ocorre. Isso talvez prejudique um pouco o Cícero. Na média, ele é nota 6,7. Nunca é o 10. Mas o importante é a confiança que o Renato deposita nele.

O ex-meia Iúra também atribui à predileção de Renato a manutenção de Cícero entre os titulares. Crítico, ele faz reparos a sua performance como marcador e armador. No gosto do autor do gol mais rápido da história dos Gre-Nais, em 1977, Ramiro seria o melhor companheiro para Maicon.

Em favor de Cícero, ergue-se a voz de Muricy Ramalho, comentarista do SporTV, que foi seu treinador no Santos, em 2014.

— Ele é técnico, muito forte na bola área. É um passador. Pode jogar como segundo volante, talvez mais avançado. Tem muita experiência. Não é rápido, mas é muito forte fisicamente — atesta Muricy.

A eficácia se comprova em números. Cícero chegou em setembro de 2017 e foi importante na conquista da Libertadores. Foi dele o gol gol da vitória no jogo de ida contra o Lanús-ARG. Em 2018, já são duas faixas, a da Recopa Sul-Americana e a do Gauchão. Para Renato, não só a qualidade técnica serve para medir a importância de um jogador.

— Competições com a Libertadores têm muito de malandragem, de história. Cícero atuou basicamente em times grandes, está acostumado a decidir — sustenta o treinador.

Cícero em 2018

33 jogos

4 gols

6 assistências