O especial de comédia “Perturbador”, do humorista Leo Lins, foi retirado do Youtube, da internet, por determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo, a pedido do Ministério Público.
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O vídeo estava disponível desde dezembro do ano passado no canal, e já ultrapassou 3 milhões de visualizações. Na apresentação, feita a partir de um show em Curitiba, Lins conta piadas sobre temas como escravidão, pessoas com deficiência e outras minorias.
Segundo a decisão judicial, Lins faz comentários odiosos, preconceituosos e discriminatórios contra minorias e grupos vulneráveis.
Além da retirada do espetáculo de Lins na internet, o humorista está proibido de deixar a cidade de São Paulo, onde vive, por mais de 10 dias. E ele ainda precisa comparecer mensalmente em juízo para informar e justificar suas atividades.
O advogado e professor de Direito Constitucional, Antônio Carlos Freitas Júnior, afirma que o humor é uma atividade artística, que tem uma certa liberdade consitucional garantida e que, caso uma pessoa se sinta ofendida, ela pode acionar o suposto agressor por injúria, calúnia, difamação ou danos morais, e defende que a decisão da justiça contra o humorista foi desproporcional.
Leo Lins se defende. Em mensagem postada no Instagram, o comediante afirma que o show não violou as normas no próprio canal, e acrescenta que a justificativa dada para remover o espetáculo da internet poderia ser usada para retirar 95% dos especiais de humor em geral.
Depois da decisão da justiça, outros humoristas demonstraram apoio a Lins, como o apresentador e também comediante Fábio Porchat. No Twitter, Porchat postou que humor não tem limite, e que proibir piadas no palco é o equivalente a proibir socos no ringue de boxe.
Apesar do vídeo original ter sido retirado, cópias do material foram repostadas no YouTube por outros canais, todos com a hashtag “CensuraNão”.