O Ministério Público Federal (MPF) denunciou três pessoas acusadas de fraudar o sistema de fiscalização sanitária no Rio Grande do Sul. A denúncia do procurador da República em Novo Hamburgo, Celso Três, é resultante da Operação Pasteur, da Polícia Federal, que constatou que servidores do Ministério da Agricultura cobravam propina para fazer vistas grossas à fraude em indústrias gaúchas, permitindo que produtos adulterados e nocivos ao consumo humano chegassem à população.
Foram denunciados Agenor de Castro Magalhães, sócio e administrador da Conaprole no Brasil, Edemar Perin, gerente da unidade da empresa em Ivoti, e José Altamir Leite de Azevedo, servidor do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) que atuava como agente de inspeção sanitária e industrial de produtos de origem animal.
A investigação apurou um esquema de corrupção, no qual os representantes da empresa realizavam pagamentos mensais ao servidor público que variavam de R$ 1,8 mil a R$ 2,5 mil com o intuito de obter privilégios durante vistorias. O pagamento constava como custo operacional da empresa, identificado nas planilhas apreendidas como “despesas MAPA”.
O produto liberado para consumo, além de não passar pelo controle de qualidade sanitária, estava vencido ou era sobra do envase do leite.
A Operação Pasteur, que resultou em outros processos criminais, é um desdobramento da Operação Leite Compen$ado, do Ministério Público Estadual, que desarticulou esquema de fraude na produção e distribuição de leite no Rio Grande do Sul.