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Quadrilha que usava rede de barbearia e restaurantes para lavar dinheiro arrecadou mais de R$ 30 milhões em dois anos

Ascom PCRS
Ascom PCRS

Ao todo, oito pessoas foram presas em uma operação realizada, nesta quinta-feira, pela Polícia Civil contra uma quadrilha que coordenava um esquema de lavagem de dinheiro com base no tráfico de drogas e extorsões. 

Duzentos e Cinquenta policiais civis cumpriram 54 mandados de busca e apreensão e mandados de prisão preventiva em Porto Alegre, Viamão, Novo Hamburgo, Canoas e Rio de Janeiro. Segundo apuração da polícia, o dinheiro extorquido de famílias pobres que invadiram uma área em busca de moradia em Viamão, há cerca de uma década, serviu para engordar a conta bancária de uma associação comunitária, que injetou  valores para negócios de interesse do crime organizado. 

O principal deles seria uma rede de barbearias que tem ao menos sete unidades em Porto Alegre e uma no Rio de Janeiro.  A estimativa da polícia é de que os criminosos tenham lavado em torno de 33 milhões de reais em dois anos e meio a partir da conta da Associação Comunitária e Habitacional da Chácara da Figueira, de Viamão, e de outros negócios. Além da extorsão praticada contra as famílias, o grupo obtinha dinheiro com o tráfico de drogas.

“A investigação partiu de uma denúncia anônima, e  apurou a criação de um esquema de lavagem de dinheiro patrocinado por membros de uma organização criminosa para mascarar a origem ilícita de valores provenientes do tráfico de drogas e, principalmente, de extorsões praticadas contra moradores de um loteamento no município de Viamão,  relata o  Coordenador da Divisão Estadual de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, Delegado Cassiano Cabral

Cada um dos moradores dos cerca de 600 lotes era  obrigado  a pagar uma mensalidade de 326 reais à associação. Aquele que repassava o dinheiro   era ameaçado, agredido e expulso da comunidade. Os valores das extorsões eram depositados nas contas da associação e passavam por “contas de passagem” antes de aportarem nas contas dos criminosos e de empresas constituídas por eles ou por terceiros (laranjas).

O esquema utilizava sobretudo a rede de barbearia, com sete franquias em Porto Alegre e uma no Rio de Janeiro, cujos proprietários ostentavam uma vida de alto padrão, com imóveis e veículos de luxo.  Dois restaurantes, sendo um em Porto Alegre e outro em Novo Hamburgo, também faziam parte da engrenagem criminosa. 

As autoridades não revelam nomes de envolvidos, Dois irmãos são apontados como mentores do esquema, com participação na associação e no controle da conta bancária da entidade:A polícia ainda afirma que eles lideram uma célula de uma facção em Viamão. Os dois estão detidos no Presídio Central, em Porto Alegre.