A queda nos repasses federais e os cortes das verbas estaduais colocam em risco o pagamento integral dos salários de servidores em dezenas de municípios gaúchos. Um levantamento feito pela Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), entre abril e julho deste ano, constatou que 73 prefeituras devem parcelar os salários até o fim do ano. O número corresponde a 24% dos 306 municípios pesquisados.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (2). Segundo a Famurs, 89% dos prefeitos citaram como principal problema a queda nos repasses do governo federal. Também são apontados como causa da crise financeira nos municípios o corte de verbas estaduais e o aumento das despesas com folha de pagamento.
“A gente espera uma reação na economia para que sejam feitos os repasses necessários aos municípios, em particular ao Fundo de Participação dos Municípios. Quem sabe o governo federal, vendo que essa situação não é causada pelos municípios, possa fazer um repasse a mais para o fechamento das contas. É um ano de encerramento de mandatos e, evidentemente, muitos prefeitos podem encerrar o ano deixando restos a pagar e serem penalizados pelos órgãos de fiscalização”, disse presidente da Famurs e prefeito de Arroio do Sal, Luciano Pinto.
Em 2016, apenas uma parcela (64%) das prefeituras gaúchas conseguiu corrigir os salários do funcionalismo de acordo com a inflação. Por outro lado, 36% não concedeu aumento integral aos servidores municipais.