Search
[adsforwp-group id="156022"]

Hospital concluído há 15 anos continua fechado na Barra do Ribeiro

img_3916_foto_1.jpg

Enquanto recém-nascidos morrem à espera de vagas de leitos em UTIs, um hospital concluído há 15 anos segue de portas fechadas no Rio Grande do Sul. O exemplo de desperdício do dinheiro público e incompetência dos gestores públicos fica em Barra do Riberto.

O Hospital de Barra do Ribeiro foi construído com recursos da comunidade e do governo federal. Foi inaugurado no dia 27 de dezembro de 2000, mas até hoje nunca abriu as portas. Leitos vazios e salas de parto pronta nunca receberam um paciente nesses 15 anos.

O hospital tem camas, respiradores, dois aparelhos de raio X, tudo parado. A estrutura toda, hoje, é avaliada em R$ 6 milhões. Equipamentos que poderiam servir para pacientes que são obrigados a buscar exames e internações em hospitais de Porto Alegre.

Gente como a comerciante Lisiane Soares da Silva e o filho. “Se eu tiver que fazer um raio X nele, eu não vou poder fazer aqui. Vou ter que sair daqui para Guaíba ou outro lugar para fazer uma coisa mais profunda”, lamenta a mãe.

Em uma das áreas do hospital deveria estar funcionando uma UTI neonatal. São berços aquecidos e incubadoras que poderiam salvar a vida de bebês prematuros. Cada equipamento desses custa cerca de R$ 20 mil, mas estão acumulando poeira e ferrugem. Como não há maternidade no hospital, as gestantes de Barra do Ribeiro são obrigadas a ganhar os filhos na capital.

O hospital tem condições de abrir 62 leitos, fazer exames, realizar partos. Desde janeiro de 2014, está definido que os serviços vão ser assumidos pela Beneficência Portuguesa. A prefeitura chegou a assinar um convênio com a entidade, cedendo a estrutura e os equipamentos. Segundo a prefeitura, o governo do Estado ficou responsável pelo pagamento, mas ainda não cumpriu com a parte dele no acordo.

“Eles [governo do Estado] estão dizendo que estão analisando, que estão vendo, mas a pressa nossa é muito grande”, diz o prefeito Luciano Boneberg, acrescentando que a prefeitura não tem condições de manter o hospital com recursos próprios.

Como o hospital não vem sendo usado, ele quase não recebe manutenção. O que mais se vê nos corredores, em dias de chuva, são goteiras e infiltrações. A estimativa é que seriam necessários cerca de R$ 3 milhões para consertar esses problemas e colocar o hospital novamente em condições de uso.

Depois de aberto, seriam necessários ainda mais R$ 2 milhões por mês pra manter o hospital funcionando. Com isso, poderiam ser atendidos cerca de 500 pacientes por dia. Moradores de Barra do Ribeiro e de outros 18 municípios da Costa Doce e da Região Carbonífera.

A demora, burocracia e falta de recursos desanimam o grupo de moradores que luta pela abertura do hospital. “A população, a cada dia que passa, não acreditam mais. Diminui a esperança, ainda mais que a gente vê no noticiário que vários hospitais estão fechados por falta de recursos do governo do Estado”, diz o morador Luciano de Souza Silva.

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) informou que está em andamento um plano para regionalizar os serviços de saúde na região. No caso de Barra do Ribeiro, o Pronto Atendimento que já funciona no local deve ser integrado com o Hospital de Guaíba, que deve ser aberto até o fim do ano.