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Governo do ES transfere controle da segurança às Forças Armadas

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O governo do Espírito Santo publicou um decreto no “Diário Oficial” desta quarta-feira (8) transferindo o controle da segurança pública no estado para as Forças Armadas. O responsável pela operação será o general de brigada Adilson Carlos Katibe, comandante da Força-Tarefa Conjunta que está no estado. A transferência de comando vale pelo período de 6 a 16 de fevereiro.

O decreto foi assinado pelo governador em exercício, César Colnago, e pelo Secretário de Segurança Pública, André Garcia.

 

O governo do estado informou que o decreto apenas formaliza o uso das forças nacionais e garantiu que elas vão atuar de forma coordenada com a Secretaria de Segurança Pública, comandada por André Garcia.

O decreto trata-se de uma formalidade e, segundo o Comando Militar do Leste, “não ocorreu intervenção federal no estado do Espírito Santo”.

 

O Espírito Santo está sem a PM nas ruas porque protestos de familiares dos policiais bloqueiam as saídas dos batalhões. As famílias pedem reajuste salarial para a categoria, que é proibida de fazer greve. O governo diz que não pode aumentar os salários.

 

Desde sábado (4), o estado vive uma onda de violência com mortes, saques e assaltos. Nos últimos cinco dias, 90 pessoas foram mortas na Grande Vitória, segundo o Sindicato da Polícia Civil. Nesta quarta-feira, os ônibus não circularam e escolas e postos de saúde seguem fechados.

 

Em dezembro do ano passado, ação semelhante ocorreu na Grande Recife durante uma operação padrão da Polícia Militar. Na Operação Leão do Norte, 3,5 mil militares das Forças Armadas fizeram as atividades de competência da PM na região.

 

A intervenção das Forças Armadas foi solicitada na época pelo governador Paulo Câmara e autorizada pelo presidente Michel Temer.

 

Em janeiro, o presidente também autorizou o uso das Forças Armadas no policiamento das ruas de Natal após pedido do governador Robinson Faria, mas sem transferência do comando da segurança pública. Durante um confronto de facções criminosas no presídio de Alcaçuz, a capital do Rio Grande do Norte teve uma onda de violência com ônibus e carros de órgãos públicos e delegacias alvos de atentados.

 

Entenda a crise na segurança no ES

– Os PMs reivindicam aumento nos salários, pagamento de benefícios e adicionais e criticam as más condições de trabalho.

– Como os PMs não podem fazer greve, as famílias foram para a frente dos batalhões para impedir a saída das viaturas policiais.

– O bloqueio começou no sábado (4) e atinge a Grande Vitória e cidades como Linhares, Aracruz, Colatina, Cachoeiro de Itapemirim e Piúma.

– Desde então, a Grande Vitória registrou 90 mortes violentas, ante 4 em todo o mês de janeiro, segundo o sindicato da Polícia Civil.